8 Sinais Que Você Pode Estar Com Algum Transtorno De Ansiedade (E Isso Não É “Frescura”)

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(*) Fabiano Camara –

Você sabia que medo de falar em público pode ser um tipo de transtorno de ansiedade? Que pesadelos e pensamentos ruins, podem estar também relacionados a um outro tipo de problema de ansiedade?

Mas poucas pessoas levam isso a sério. Alguns até falam: “faz um curso de oratória, para falar em público”. Podem não ser mal intencionados, mas não tem certeza do que falam.

Odeio quando dizem que isso é frescura. Acho que você também. Assim, antes de iniciar qualquer intervenção contra a ansiedade, você precisa conhecer de fato qual é o seu problema.

Então, eu te pergunto: você está incomodada com sua irritação e impaciência? Elas estão atrapalhando seu bem-estar? Você tem uma preocupação excessiva que acaba com sua concentração no trabalho?

Eu vivi isso por muito tempo. Caí na armadilha de achar que é “normal”, que são coisas da vida moderna.

Assim, eu organizei nesse artigo tudo sobre os transtornos de ansiedade de uma maneira simples e direta.

Tudo baseado na informação científica da mais alta qualidade. Nada de gurus, “experts” de plantão ou remédios milagrosos.

Daí fica mais fácil saber o que fazer, certo?

Então, continue lendo esse artigo que você vai descobrir:

  1. Problemas que quase ninguém sabe que são transtornos de Ansiedade.
  2. Sinais e sintomas mais comuns e fáceis de identificar.
  3. E o caminho para sair do Transtorno da Ansiedade Generalizada.

 

1. MEDO DE FALAR EM PÚBLICO?

 

Andreia sente-se excessivamente preocupada com o que as pessoas vão pensar dela. Normalmente até considera ir a uma festa, mas na última hora, desiste. Sempre há uma boa justificativa.

Constantemente ela também relata que “não sei o que elas pensam de mim”. “As pessoas ficam reparando na minha roupa, no que eu falo”. Os amigos tentam acalmá-la:  “deixa isso para lá, não seja tímida“. Mas não tem sido fácil para ela.

Esse pequeno relato é comum. Além disso, essas pessoas podem não ser apenas tímidas ou “anti-social”. Elas podem apresentar um problema de ansiedade chamado de Fobia Social.

A Fobia Social 1, é um tipo de transtorno de ansiedade, caracterizado por medo de ser humilhada, criticada ou avaliada em situações sociais, como falar em público, participar de festas e outros. É o medo excessivo de “passar vergonha”.

Em casos extremos, nos quais as pessoas são “forçadas”, pode-se verificar crises de ansiedade ou atéataques de pânico.

Organizando tudo, veja quais são os sinais e sintomas mais comuns da fobia social:

  • Medo constante de “passar vergonha” em situações de festas, encontros ou outra dinâmica social. É acompanhado de um desconforto e agitação pessoal.
  • Medo de falar em público.
  • A pessoa evita ao máximo participar de festas ou eventos sociais.
  • Quando se submete a algum evento, apresenta sinais e sintomas de pânico como falta de ar, o que provoca falta de ar, sudorese, palpitações, dor no peito ou uma sensação de sufocamento.

Será que você tem fobia social?

Para te dar um caminho, responda às seis questões a seguir. Caso você tenha respondido sim à pelo menos três delas, considere buscar ajuda.

  1. Você tem medo de ficar envergonhado se você vai falar em público ou qualquer outro tipo de exposição a pessoas que não conhece bem?
  2. Você entra em pânico em situações sociais não conhecidas?
  3. Você percebe que seu medo em situações sociais é acima do normal?
  4. Você evita situações sociais sempre que possível?
  5. Quando você não pode evitá-las, isso te causa ansiedade e angústia?
  6. A sua angústia ou medo de encontros sociais interferem significativamente no seu trabalho, relacionamentos com amigos e familiares, ou rotinas normais?

Busque conhecimento, porque poucas pessoas sabem que isso é um problema de ansiedade.

Estudo demonstrou que 80% dos casos de Fobia Social não são tratados. Se não são tratados podem evoluir para condições piores. Concorda?

Ou seja , muitas pessoas sofrem com isso, mas não sabem que podem ser tratadas. Assim,compartilhe esse artigo:

 

2. VOCÊ REPETE A MESMA COISA VÁRIAS VEZES? CONFERE, CHECA, CONFERE DE NOVO…

Esse transtorno de ansiedade parece ser um pouco mais conhecido.

Mas é importante fazer uma distinção: manter rotinas de higiene, organização e conferência de tarefas, não são necessariamente um transtorno (Aliás, são rotina muito saudáveis).

Algumas pessoas, no entanto, repetem demasiadamente ações e obsessões por mais de uma hora por dia. Então, pode-se verificar o Transtorno Obsessivo Compulsivo.

E, o mais importante: essas compulsões ou obsessões causam estresse, problemas de relacionamento familiar, queda de desempenho no trabalho. Nessa direção, estudo comprovou que afeta negativamente sua qualidade de vida em geral.

Dessa forma, podemos verificar as duas características do Transtorno Obsessivo Compulsivo: a obsessão e compulsão.

A obsessão caracteriza-se por pensamentos, preocupações e uma sensação de impulsividade que ocorrem involuntária e frequentemente (mais que 1 hora por dia). Os mais comuns são pensar que está doente ou contaminado, ficar pensando que fez algo de ruim a alguém ou que esqueceu algo. Impulsos agressivos ou pornográficos são comuns também.

A compulsão são atos (geralmente ligados a obsessão). São comportamentos repetidos como lavar as mãos (medo de contaminação); checar se a porta está trancada (medo de invasão); ou até atos mentais como orar, contar, ou repetir palavras.

Para que você saiba melhor, veja os sintomas mais comuns desse transtorno de ansiedade:

  • Pensamentos involuntários, constantes preocupações e sensação de impulsividade (forte desejo ou impulso).
  • Repetição frequente de rituais específicos, tais como: a organização de coisas, lavar as mãos, ou ficar verificando o tempo todo se o forno está desligado.
  • Sofrimento significativo devido a tais pensamentos ou ações, possivelmente prejudicando a capacidade de concentração ou na rotina do trabalho ou doméstica.

A obsessão e a compulsão podem ser tão perturbadores, que a pessoa não consegue se concentrar em tarefas habituais e rotineiras. Causando muito sofrimento e reduzindo a a qualidade de vida consideravelmente.

Embora os sintomas são movidos por um desejo de fazer algo perfeitamente, este impede que apessoa até mesmo complete uma tarefa. Além disso, pesquisa também comprovou que um dos maiores efeitos negativos do Transtorno Obsessivo Compulsivo é nas atividades cotidianas e na vida familiar.

 

3. PÂNICO – VOCÊ SENTE MEDO REPENTINO E INCONTROLÁVEL.

O Ataque de pânico é um transtorno de ansiedade caracterizado por uma súbita onda de intensa apreensão, medo e terror.

Normalmente dura entre 5 a 30 minutos, mas em casos extremos pode durar várias horas.

É muito repentino.

Preste atenção nesse exemplo: de repente uma pessoa que está dirigindo, ao passar por uma ponte, essa situação pode desencadear um medo absurdo, acompanhado palpitação, falta de ar e sentimento que alguma coisa muito ruim vaio acontecer, incluindo sua morte.

Observe quais são os sintomas do Ataque de Pânico:

  • Medo súbito ou terror e uma sensação de que uma catástrofe é iminente.
  • Falta de ar, sudorese, palpitações, dor no peito, e uma sensação de sufocamento.
  • O medo de enlouquecer ou estar fora de controle.
  • Muitas vezes, desencadeado por uma situação particular, tais como andar em um elevador, mas também pode ocorrer espontaneamente.

Esse último sintoma é importante. Os ataques de pânico podem estar ligados ou serem disparados por alguma situação específica e até mesmo do cotidiano.

Dirigir ou andar sobre uma ponte, fazer compras em uma loja lotada, ou esperar na fila, podem ser situações simples para alguns, mas desafiadoras e ameaçadoras para quem sofre de ataques da pânico.

São situações que faz com que a pessoa se sinta em perigo e incapaz de escapar.

Na medida em que os ataques de pânico são frequentes, a pessoa passa para um estágio mais grave, chamado de Distúrbio do Pânico.

Além disso, estudo publicado numa das revistas científicas mais respeitadas do mundo, mostrou que 25% das pessoas com Ansiedade Generalizada, também costumam apresentar ataques de pânico. Assim, é interessante que você veja mais adiante o que é a Ansiedade Generalizada.

 

4. TEM ALGUMA COISA QUE TE CAUSA MUITO MEDO (E VOCÊ SABE BEM O QUE É).

Fabrício foi atacado por um cão quando criança. Agora ele sente muito medo de qualquer tipo de cachorro. Além disso, caminhar pela rua é tenso, ele fica sempre a espera que algum cão vai aparecer e atacá-lo novamente.

Aliás, ir na casa da namorada, também tem sido um tormento, ela tem um simpático cão de guarda.

Nesse caso, ele tem um tipo de transtorno de ansiedade chamado de Fobia Específica.

Fobia Específica é caracterizada por uma crise de ansiedade causada pela exposição a uma situação que causa muito medo. As fobias mais comuns são medo de voar de avião, altura, animais, insetos, agulhas e sinais de sangue.

Mas não é qualquer medo. É um pavor que gera uma ansiedade forte. Ou seja, a pessoa fica muito, muito preocupada, tensa, ao pensar ou se imaginar próximo ao animal.  

Os sintomas mais comuns são:

  • Ansiedade antecipada: uma pessoa que caminha na rua apresenta sinais de ansiedade (preocupação excessiva, tensão, medo) caso ela tenha fobia de cães.
  • Medo extremo de animais, objetos ou situações que não são de fato uma ameaça significativa.
  • O encontro com o animal, objeto ou situação produz ansiedade imediatamente
  • A exposição também pode desencadear um ataque de pânico, o que é marcada pela falta de ar, sudorese, palpitações, dor no peito ou uma sensação de abafamento
  • Mudanças de comportamento para evitar ao máximo o contato com o agente ameaçador.

Como resolver?

Não há medicamento específico para a fobia. Mas como está relacionado com sintomas clássicos de ansiedade, alguns medicamentos para ansiedade podem ajudar a amenizar os sintomas.

No entanto, o mais indicado é a terapia específica, que busca levar a pessoa a controlar o medo, expondo-a gradativamente ao agente (é um tipo de terapia cognitivo-comportamental, que falo também no artigo sobre como controlar a ansiedade).

Técnicas de relaxamento também são cruciais, pois aliviam os efeitos da ansiedade relativa a fobia. 

 

5. VOCÊ TEM PENSAMENTOS (RUINS) QUE NÃO SAEM DA SUA CABEÇA.

Você pode ter presenciado ou sofrido uma experiência traumática. Um acidente, um abuso sexual, um desastre natural, por exemplo.

Desde então, você apresenta os seguintes sintomas:

  • Você tem lembranças repentinas (‘flashs”) do evento.
  • Tem dificuldade de dormir e pesadelos com o acidente ou evento.
  • Evita qualquer lembrança do evento. Exemplo: você muda de canal rapidamente caso qualquer informação do evento esteja sendo veiculada.
  • Sente-se culpada e depressiva.
  • Você se assusta e se irrita facilmente.
  • Evita as pessoas de confiança e abandona hábitos antigos de lazer.
  • Apresenta problemas de memória e concentração

Se isso perdura por mais de um mês, é possível que você apresente um problema da ansiedadechamado de estresse pós-traumático.

Vale colocar que isso pode durar menos de um mês e pode ser também um problema, chamado de estresse pós-traumático agudo.

Nesse ponto, vou fazer um “plus” relacionado às crianças. Elas também podem sofrer de um evento traumático. No entanto, elas podem apresentar sintomas um pouco diferentes.

Em crianças menores de 6 anos, estes sintomas podem incluir:

  • Urinar na cama depois de ter aprendido a usar o banheiro.
  • Deixar de falar.
  • Imitando o reproduzindo o evento assustador em momento de lazer.
  • Fica muito apegada com os pais ou adultos de confiança.

 

6. IMPACIÊNCIA? IRRITAÇÃO? PREOCUPAÇÃO EXCESSIVA?

Sabe quando tudo parece ser uma catástrofe?

Veja um exemplo: você olha a agenda do seu filho e a professora pede que você vá a escolar para uma reunião extraordinária.

Logo você passa a pensar nisso o dia todo: “meu Deus eu acho que ele vai repetir de ano”. “A professora vai falar que eu não sou uma boa mãe”. “Mais uma dessas meu filho vai ser expulso da escola”.

No fim, você chega na reunião e descobre que a professora queria apenas que ele fizesse uma atividade de reforço de caligrafia em casa, e queria explicar como acompanhar. Nada mais.

Concorda comigo que isso é uma preocupação excessiva?

Isso é comportamento de quem apresenta o Transtorno de Ansiedade Generalizada. O Transtorno de Ansiedade Generalizada é considerado a base dos distúrbios de ansiedade.

Eu dediquei um texto todo só para esse problema. Você vai aprender como avaliar e o que fazer para se livrar da ansiedade

Tudo baseado nas informações mais atuais sobre como controlar a ansiedade Transtorno de Ansiedade Generalizada).

7. VOCÊ TEM ALGUMA OUTRA DOENÇA.

 

Vimos que nem sempre se sentir tensa, irritada ou impaciente é ansiedade. É normal nos sentirmos assim em algumas situações.

Mas é importante saber que a ansiedade, ataques de pânico ou compulsões podem ser desencadeadas por alguma outra doença “principal”. Ou seja, o problema pode ser o coração, a tireoide ou uma úlcera. Esse tipo de transtorno de ansiedade é chamado de Ansiedade Induzida por Doença.

Entendeu agora, como é importante ter a informação?

Rapidamente, veja agora as doenças que podem desencadear sintomas típicos de ansiedade:

  • Problemas cardíacos como arritmias, insuficiência cardíaca e ataques cardíacos.
  • Problemas hormonais: diabetes, hipoglicemia, distúrbios da tireoide e feocromocitoma (uma doença que altera os níveis de alguns hormônios que estão ligados ao estresse e ansiedade).
  • Condições neurológicas: como problemas convulsivos e vertigens.
  • Problemas respiratórios como asma e gástricos como a úlcera.

Viu como não é frescura? E que não é “coisa da sua cabeça”.

É óbvio que buscar o tratamento para essas condições é a forma mais adequada de tratar a ansiedade relacionada. Nem sempre também é uma condição nossa. Algo externo pode estar causando essa sensação.

8. VOCÊ ESTÁ TOMANDO ALGUMA COISA QUE NÃO DEVIA.

 

sse é o último tópico. O mais curto e o mais perigoso.

A ansiedade pode ser causada por diversas substâncias: legais e ilegais. Esse tipo de transtorno de ansiedade é denominada de Transtorno de Ansiedade Induzida por Substâncias.

Assim, é por isso eu precisamos ter conhecimento e sinceridade ao buscar ajuda.

Segue uma pequena lista das substâncias que podem causar ansiedade:

  • Álcool.
  • Cafeína.
  • Nicotina
  • Cocaína.
  • Remédios para emagrecer.

Também alguns medicamentos prescritos, como:

  • Ritalina: medicamento para distúrbio de atenção. Algumas pessoas tomam de maneira equivocada com intuito de melhoria da concentração e atenção.
  • Medicamentos cardiovasculares, corticosteroides e anticonvulsivantes.
  • Os próprios remédios contra ansiedade, se usados em excesso ou se você parar abruptamente, pode causar sintomas de ansiedade (benzodiazepinas).
CONCLUINDO, VIMOS QUE O TRANSTORNO DE ANSIEDADE OU ALGUM DISTÚRBIO DE ANSIEDADE, PODE TOMAR VÁRIAS FORMAS.

O mais preocupante é que muitas pessoas apresentam esses distúrbios e não sabem que isso pode e deve ser tratado. Então, podem passar anos sofrendo, tendo sua qualidade de vida prejudicada e podem até morrer mais cedo.

Assim, fique atento, se você percebe que:

  • Tem medo de falar em público ou evita todo tipo e relacionamento social (Fobia Social).
  • Apresenta medo repentino, sem explicação (Pânico).
  • Tem muito pavor de alguma situação específica, como voar de avião (Fobia Específica).
  • Pensamentos ruins não saem da sua cabeça (Estresse Pós- Traumático).
  • Uma preocupação, impaciência excessiva, tem atrapalhado seu dia a dia (Ansiedade Generalizada).
  • Depois que alguma doença foi diagnosticada, sintomas de ansiedade tem também aparecido (Ansiedade relacionada a alguma outra doença).
  • A ansiedade sempre aparece quando você ingere alguma substância (Ansiedade Induzida)

Se alguns dessas situações lhe é conhecida, é possível que você tenha algum transtorno de ansiedade. Assim, é importante que você fique atenta sobre como controlar a ansiedade.

Gostou do Artigo? Espero que tenha te ajudado a entender a ansiedade!

(*) Fabiano Marques Camara é Professor Universitário e Consultor há mais de 15  anos. Com atuação multidisciplinar, ministra disciplinas, cursos e palestras nas áreas da Saúde, Gestão de Recursos Humanos e Psicologia. É Doutor (PhD), Mestre e Bacharel em Educação Física na Promoção da Saúde pela Universidade São Judas Tadeu. 

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